Transtorno
Opositivo Desafiador
Adriana Falcão Duarte
CRP 06/59349-0
O Transtorno Opositivo Desafiador
(TOD) é um transtorno infantil caracterizado por comportamentos como
desobediência, postura desafiadora e hostilidade em situações sociais ou a
figuras de autoridade em geral (pais, tios, avós, professores, etc.).
Os primeiros sintomas costumam
aparecer aos quatro anos de idade, quando a criança começa a apresentar
dificuldades para seguir regras e reconhecer seus erros, se ressentindo mais do
que o normal quando é contrariada. Estudos apontam que o desenvolvimento deste
transtorno pode ser decorrente de uma criação permissiva, predisposição
genética ou pela vivência dentro de um ambiente sem regras bem estabelecidas.
O Transtorno de Oposição Desafiante (segundo classificação do DSM-IV)
ou Transtorno Desafiador de Oposição
(segundo classificação do CID-10) é um dos mais comuns em crianças e
adolescentes e faz parte de um grupo intitulado Disruptivo, recebendo essa nomenclatura porque as crianças que os
apresentam tendem a causar perturbação para aqueles ao seu redor, se colocando
em conflito com normas sociais ou figuras de autoridade.
É importante esclarecer que
qualquer criança ou adolescente, mesmo os bem comportados, podem apresentar
ocasionalmente recusa a querer cooperar ou até um momento de hostilidade, isso
não os enquadra neste diagnóstico. Geralmente os indivíduos diagnosticados com
TOD apresentam constantemente comportamentos e explosões de raiva, oposição,
agressividade, rebeldia, teimosia e recusa a obedecer.
O Transtorno Opositivo Desafiador
em seus principais sintomas incluem:
·
Irritabilidade;
·
Comportamento
desafiador;
·
Agressividade;
·
Impulsividade;
·
Dificuldades
ou inabilidade em construir relações sociais;
·
Comportamento
vingativo;
·
Raiva;
·
Ansiedade;
·
Comportamento
antissocial e
·
Depressão.
Segundo o Dr. Gustavo Teixeira (2013) os principais
sintomas verificado na escola são:
·
Discute
com professores e colegas;
·
Recusa-se
a trabalhar em grupo;
·
Não
aceita ordens;
·
Não
realiza deveres escolares;
·
É
manipulador;
·
Não
aceita crítica;
·
Desafia
a autoridade de professores e coordenadores;
·
Deseja
tudo ao seu modo;
·
É
“pavio curto” ou o “esquentado” da turma;
·
Perturba
outros alunos e
·
Responsabiliza
os outros por seu comportamento hostil.
Ao perceber os primeiros sintomas
de TOD, é importante que os pais procurem especialistas em psicologia,
psiquiatria e neuropediatra.
O médico diagnostica o transtorno
opositivo desafiador com base nos sintomas e comportamento da criança, que
devem estar presentes por, no mínimo, seis meses e ser suficientemente sérios a
ponto de interferir com a capacidade de funcionamento da criança (social,
pedagógico e familiar).
Tratamento
O tratamento deste transtorno é
multidisciplinar e pode envolver:
·
Medicação – alguns medicamentos apresentam
resultados promissores no manejo da auto-regulação e dos principais sintomas
como: agressividade, impulsividade, ataques de raiva e baixo limiar de
frustrações.
·
Psicoterapia Comportamental - deve centrar em mudanças
comportamentais na família com medidas de manejo educacional (dar bons
exemplos, dialogar com a criança, ter paciência ao falar, explicar o motivo das
ordens dadas, etc.), ajuda na criação de estratégias para a solução de
problemas e diminuem o negativismo observado nestas crianças e adolescentes.
Também é realizado o treinamento de habilidades sociais para melhorar a
flexibilidade, aumentar o limiar de tolerância à frustração e estimular a
socialização e empatia nestes pacientes.
·
Terapia Familiar – este tipo de acompanhamento
terapêutico também promove melhorias no quadro, devido favorecer a comunicação
e interação entre os membros da família tornando mais fácil o manejo de
comportamentos inapropriados, auxiliar a criança ou adolescente a controlar
suas emoções e ajuda na resolução de conflitos (conjugais ou familiares) existentes.
·
Aconselhamento e treinamento de
pais – são de
extrema importância para o sucesso do tratamento, pois funciona como um
mecanismo a fim de ensinar os pais a desencorajarem comportamentos desafiadores
no filho e encorajar comportamentos adequados, ajudando na melhoria da relação
pais-filhos e na diminuição dos sintomas do transtorno.
·
Suporte e orientação escolar - com orientações os professores
conseguirão oferecer apoio, reforço e abertura para um bom diálogo, o que
melhora o engajamento do aluno opositor às regras escolares e a se distanciar
de maus elementos.
Dica aos pais:
O Dr. Gustavo Teixeira (2015) cita 12 dicas que podem
auxiliar no manejo deste transtorno entre elas:
Referências
Bibliográficas:
Agostini, Vera Lúcia Miranda Lima e Santos, Wenner Daniele
Venâncio (2017) Transtorno Desafiador de Oposição e suas comorbidades: um
desafio da infância à adolescência. Publicado em 25/02/2018 no Portal dos
Psicólogos: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1175.pdf
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA (2014) Manual de
Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais DSM-5. Porto Alegre: Artmed.
Classificação dos Transtornos Mentais e de Comportamento
da CID-10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas (1993) Coord. Org.
Organização Mundial da Saúde (OMS), trad. Dorgival Caetano, Porto Alegre: Artes
Médicas
Rotta, Newra Tellechea;
Ohweiler, Lygia e Riesgo, Rudimar Santos (2006). Transtornos da Aprendizagem – abordagem
neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed.
Serra-Pinheiro, Maria Antonia; Schmitz, Marcelo;
Mattos,Paulo e Souza, Isabella (2004) Transtorno Desafiador de Oposição: uma
revisão de correlatos neurobiológicos e ambientais, comorbidades, tratamentos e
prognóstico. Rev. Bras. Psiquiatr. 26(4):273-6.
Teixeira, Gustavo (2013) Manual dos Transtornos Escolares
– entendendo os problemas de crianças e adolescentes na escola. Rio de Janeiro:
BestSeller.
Teixeira, Gustavo (2015) O Reizinho da Casa – manual para
pais de crianças opositivas desafiadoras e desobedientes (4 ed.) Rio de
Janeiro: BestSeller.